23/04/2015

Uma década para Portugal – 4.5

título

 Uma nota inicial:  Não sendo este um blogue para defender este ou aquele partido, o I D E I A fala, entre outras coisas, de empreendedorismo e cidadania. É nestes âmbitos que surge este artigo. Vou falar sobre o relatório “Uma década para Portugal”, realizado por economistas para o PS, que poderá vir a tornar-se um programa de Governo. Não me querendo alongar com explicações, este artigo centra-se apenas no capítulo ligado às empresas e ao investimento. Como cidadãos que todos somos, devemos estar atentos a estas movimentações, sejam de que partidos forem, sobretudo se dizem respeito a novas oportunidades em temas do nosso interesse.
O capítulo 4.5 Investimento, inovação e internacionalização das empresas portuguesas começa na página 77 do relatório “Uma década para Portugal”. Analisa em primeiro lugar o que tem sido feito nos últimos anos e como isso afetou as empresas e o investimento no nosso país, identificando a seguir os objetivos que a equipa considerou prioritários para “espicaçar” o tecido empresarial. São eles quatro:
  • Desenvolver empresas que sejam competitivas internacionalmente
  • Desenvolver os fatores de competitividade sustentáveis
  • Aumentar a cooperação entre o sistema científico e tecnológico, e as empresas
  • Melhorar a capacidade das empresas de criar postos de trabalho.
Para que estes eixos de atuação sejam seguidos, e não querendo aqui falar de todos os pontos deste capítulo, as propostas que me parecem mais importantes são:
  • Aumentar o investimento com recurso a fundos europeus
  • Capitalização das empresas e desbloqueamento do financiamento
  • Desburocratização para empresas (SIMPLEX)


Aumentar o investimento com recurso a fundos europeus

Euro - Europa
O recurso a fundos europeus é, a meu ver, muito interessante, visto que existe realmente dinheiro disponível para apoiar as empresas que não tem sido utilizado ou, pelo menos, não no seu potencial máximo. 

O relatório “Uma década para Portugal” faz referência ao Plano Juncker (pág. 79) e outros que podem ser mobilizados para apoiar as empresas e o investimento privado, dando assim novo fôlego e motivação para tirar ideias “da gaveta” e começar a pensar realmente em transformá-las em negócios com potencial.

Capitalização das empresas e desbloqueamento do financiamento

A capitalização das empresas pretende atrair investimento para Portugal, concentrar recursos e criar parcerias com organizações relevantes no meio (Sistema Financeiro, Grupo Financeiro Publico, IAPMEI, entre outros), e criar fundos de investimento para aumentos de capital de PME e empresas de dimensão média. 

Lendo esta parte do relatório (pág. 82) percebemos que as propostas feitas não são completamente novas mas que foram realmente testadas e comprovadas noutros países, o que nos pode deixar à espera que tenham bons resultados se forem aproveitadas para Portugal.

Desburocratização para empresas (SIMPLEX)

O relatório foi buscar ainda o antigo sistema SIMPLEX, pretendendo avançar para uma nova fase do mesmo, para agilizar a burocracia que as empresas enfrentam. 

Criar uma entidade coordenação da aprovação das licenças ligadas ao investimento que controle o cumprimento de prazos máximos e total transparência dos processos, simplificar procedimentos administrativos e acelerar processos judiciais são três propostas do relatório.

Reflexão pessoal

Independentemente do resultado que virá das eleições, parece-me que o trabalho feito neste relatório deve ser aproveitado por qualquer Governo. Não sou especialista em economia e todos os trabalhos podem ter falhas, mas é para isso que servem as diversas opiniões existentes: para encontrar falhas e, sobretudo, para encontrar soluções.

Xadrez + Luz - reflexão

Percebe-se que a burocracia afasta muitas pessoas da ideia de criar o seu próprio negócio, que os juros altíssimos acabam com as possibilidades de rentabilidade das empresas que precisem de recorrer a créditos e que há muita dificuldade para conseguir capital inicial ou de crescimento. A preocupação de qualquer futuro Governo deve ser de resolver os obstáculos existentes ao investimento privado e facilitar o caminho que os empreendedores têm de percorrer para dinamizarem a economia. Afinal, Portugal só tem a ganhar com a criação de novos postos de trabalho e empresas de sucesso. 

A meu ver, muito ainda tem de ser feito, mas, depois do abanão que este relatório causou – e ainda vai causar – tenho poucas dúvidas que o futuro vai reservar muitas soluções para o empreendedorismo no nosso país, seja de que lado for. É uma questão agora de ficarmos atentos às oportunidades que estão para surgir.

Conclusão

O relatório “Uma década para Portugal” (capítulo 4.5) vê com detalhe a questão do investimento privado em empresas, os entraves que existem e o que pode ser feito para melhorar as condições de criação e crescimento do tecido empresarial. Para quem está neste meio, vale a pena uma leitura, independentemente de ser ou não deste ou daquele partido. 

Podem aceder ao relatório completo clicando aqui.    








Sobre a autora

Joana Pedroso trabalha nas áreas de marketing, design e comunicação.

Tem como hobbies escrever e estudar, adora viajar e comer sushi.

Ambiciona construir a sua própria empresa e ter um espaço para ajudar os jovens a seguirem caminhos alternativos à educação tradicional.

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