A prática do desporto de orientação durante 20 anos permitiu que Fátima
Saraiva, licenciada em Gestão de Empresas pela ESTG
de Leiria, conhecesse recantos de Portugal como poucos.
A natureza. As pessoas. As oportunidades.
Nestas aventuras, tornou-se claro que o interior estava subvalorizado, e a
população estava a diminuir. Foi este sinal de alarme que começou a acordá-la e
a querer inverter esta situação. Afinal, quem gosta de ver tesouros ao
abandono?
O caminho para a iniciativa EES Rural - Escola de Empreendedorismo Social no meio Rural ainda não estava traçado. É possível que te
identifiques com a próxima questão: uma boa parte dos empreendedores foca-se
primeiro no lucro, dando pouca importância ao impacto que podem ter na
sociedade e no ambiente.
Para Fátima, esta não podia ser a única maneira de fazer as coisas.
A descoberta de um
mapa e o início da aventura
Em 2012, apareceu uma resposta que juntava o melhor de dois mundos: o
empreendedorismo social permite criar um impacto real na comunidade de forma
sustentável.
O Bootcamp de Empreendedorismo Social do IES - Social Business
School em que participou nesse ano foi importante para o primeiro
impulso. Depois, foi investigar, procurar, encontrar as causas do despovoamento
dos territórios de baixa densidade.
Fátima conseguiu sinalizar alguns fatores:
- Falta
de emprego
- Falta
de alternativas à atividade agrícola
- Falta
de conhecimento de quem vive em cidades
Muitas pessoas que vivem na cidade não fazem ideia de
como se vive nestes territórios.
Da primeira ideia...
A ideia inicial era apoiar a mudança das pessoas para
o campo. Experimentar viver no campo para confrontar as expetativas com a realidade.
Tendo experiência em coaching, administração, área financeira e
comercial, a primeira ideia veio com contornos bastante complexos.
Com recurso a programas de coaching e contacto com
profissionais da área, era importante qualificar as pessoas para fazerem aquilo
que realmente as apaixonasse.
Em 2013, esta ideia venceu o concurso Smart Rural Idea Challenge, passou à fase final do INOV C
do mesmo ano e promete não parar por aqui.
... aos primeiros
obstáculos e início do projeto
Ainda assim, Fátima percebeu que não seria suficiente: Enquanto
pessoas não sabemos o que gostamos de fazer.
Para ajudar, uma ideia não seria suficiente para convencer a sociedade
daquilo que Fátima experienciou e testemunhou durante tantos anos. Era preciso
dar provas de que há oportunidades no meio rural e que é possível aproveitá-las
e valorizar os recursos únicos destes territórios.
Daí os biscoitos “Daqui”, que utilizam
recursos locais. Queremos criar uma Cooperativa para fazer crescer a marca,
fortalecê-la e criar redes curtas de distribuição com base no comércio justo.
Faz mais sentido o consumidor e o produtor ficarem ambos a ganhar, em vez das
grandes distribuidoras.
Para levar adiante a ideia da EES Rural, a Cooperativa vai atuar em três eixos
fundamentais:
- Divulgar
os territórios de baixa densidade – que recursos oferecem, o que está a ser
desenvolvido, infraestruturas existentes, entre outros
- Mapear
oportunidades e desenvolvê-las – identificar recursos locais, desenvolver
novos produtos, etc;
- Capacitar
os empreendedores para atuar nestes territórios – apoio logístico e
questões legais, imagem e atendimento ao público, e muitas mais áreas;
Mais adiante, a todo o
vapor
Acredito que, a partir do momento que a cooperativa
esteja legalizada, vão abrir-se outras portas.
Sendo um projeto de empreendedorismo social, Fátima compreende a
necessidade de o tornar sustentável. A venda dos produtos “Daqui” é essencial
para conseguir financiar a cooperativa e o trabalho de gestão, comunicação, crescimento, etc.
A “Daqui” não
tem como objetivo ser limitada a Penela, e sim ser uma marca nacional que
representa produtos de cada região, valorizando o que é único em cada parte do
país.
A comunicação é, por isso, uma das prioridades a desenvolver no
projeto.
Reflexão
É bom conhecer projetos para dinamizar o interior do país. Estando o
litoral tão sobrelotado e estas zonas ao abandono, é preciso encontrar um
equilíbrio, ainda por cima com tantos recursos e oportunidades por explorar e
valorizar.
Se queres ajudar o EES Rural a crescer podes fazer uma de duas coisas:
- Inscreve-te
como Embaixador(a)
da Felicidade (todas as informações estão no
formulário)
- Compra
produtos "Daqui", para ajudar a que o projeto
se desenvolva rapidamente
Sabe mais e acompanha o projeto em:
Facebook: facebook.com/EESRural
Tem como hobbies escrever e estudar, adora viajar e comer sushi.
Ambiciona construir a sua própria empresa e ter um espaço para ajudar os jovens a seguirem caminhos alternativos à educação tradicional.
Joana Pedroso trabalha nas áreas de marketing, design e comunicação.
Tem como hobbies escrever e estudar, adora viajar e comer sushi.
Ambiciona construir a sua própria empresa e ter um espaço para ajudar os jovens a seguirem caminhos alternativos à educação tradicional.